Neuroblastoma: entenda o que é e quais os sintomas do câncer do filho do indigenista Bruno Pereira

Pedro, de 5 anos, faz tratamento contra um neuroblastoma estágio 4. Doença tem sintomas comuns que podem passar despercebidos se não forem realizados exames adequados. Pedro, de 5 anos, é filho do indigenista Bruno Pereira, assassinado em 2022 Reprodução O tipo de câncer infantil com o qual foi diagnosticado o filho do indigenista Bruno Pereira, morto em 2022, junto ao jornalista britânico Dom Phillips, chama neuroblastoma e pode ser muito agressivo. A mãe de Pedro, de 5 anos, Beatriz Matos, compartilhou em uma rede social que a criança recebeu no ano passado o diagnóstico da doença, que está no estágio 4, e faz tratamento há cinco meses. O neuroblastoma é um tipo de câncer que se desenvolve em células do sistema nervoso, e atinge, principalmente, crianças de até 10 anos de idade. O tumor pode acontecer em qualquer parte do corpo regulado pelo sistema nervoso simpático (parte do cérebro responsável por controlar funções corporais de forma inconsciente, como a respiração e a pressão arterial), que engloba: Cabeça e pescoço; Região torácica; Região abdominal; e Região pélvica. A maior frequência do tipo da doença é na região da glândula adrenal (localizada acima dos rins), causando um tumor abdominal. ???? As causas do neuroblastoma ainda são desconhecidas. Sintomas Por muitas vezes, os sintomas do neuroblastoma passam despercebidos porque se assemelham a sinais de doenças mais comuns. Em alguns casos, o tumor não apresenta qualquer sintoma. Os sinais da doença dependem do tamanho do tumor, do local e de quais partes do corpo são atingidas, e também se é um tumor localizado (em apenas um local) ou metastático (se espalhou para outras partes). Entre os sintomas, estão: Febre Dor de cabeça Tontura Diarreia Fadiga Dor nos ossos Hematomas Perda de apetite e de peso Nódulos no abdome, na lombar, no pescoço ou no tórax Pálpebras caídas e olhos saltados Abdome inchado ou distendido Círculos escuros sob os olhos ou ao seu redor Tosse ou dificuldade para respirar Dificuldade para engolir Fraqueza ou paralisia das pernas Anemia Pressão alta Inchaço das pernas ou do escroto Problemas para urinar ou defecar “Como os sintomas são os mesmos de doenças mais comuns, o importante é acompanhar a persistência e o desenvolvimento deles. Toda criança pode ter febre e diarreia, por exemplo, mas caso os sintomas continuem e não recuem com o tratamento indicado por um médico, é a hora de fazer exames mais específicos”, explica Viviane Sonaglio, líder do Centro de Referência em Tumores Pediátricos do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo. Diagnóstico De acordo com o Hospital A.C. Camargo, referência no tratamento do câncer, o diagnóstico é mais comum entre crianças de 1 e 2 anos de idade. É nessa fase também que o tratamento pode ter maiores chances de sucesso. Em alguns casos, a doença pode ser detectada ainda na gestação, por meio da ultrassonografia. Mas, em crianças maiores de 2 anos, exames específicos são fundamentais para diagnosticar o tumor e indicar, por exemplo, que não se trata de leucemia (câncer no sangue) ou outro tipo da doença. Por isso, é importante ter um pediatra de confiança que acompanhe a criança. Esse especialista saberá identificar, por exemplo, se a febre ou outros sintomas estão ou não evoluindo de maneira adequada, se é necessário fazer outros exames e até se é preciso encaminhar a criança para um outro especialista. Tratamento Assim como os sintomas, o tratamento contra o neuroblastoma também depende de uma série de fatores, como idade do paciente, estado geral de saúde, tamanho e localização do tumor, e se é localizado ou não. Em alguns casos, o paciente pode passar por uma cirurgia para remoção do tumor e estará curado. Em outros, é preciso do que chamamos de tratamento multimodal, que é quimioterapia, radioterapia cirurgia, transplante e imunoterapia, combinados. Para estabelecer o tratamento, é preciso, primeiro, classificar a extensão do tumor no que é chamado de estadiamento. No caso do neuroblastoma, é utilizada uma métrica internacional, chamada de Sistema Internacional de Estadiamento de Neuroblastoma (INSS), que estabelece seis estágios da doença: Estágio 1: o tumor está restrito à área onde surgiu, é visível e inteiramente removido por cirurgia. Os gânglios linfáticos do interior do tumor podem estar afetados, mas os de fora do tumor estão livres da doença. Estágio 2A: o tumor está restrito à área onde surgiu, mas não é totalmente visível nem pode ser inteiramente removido cirurgicamente. Os gânglios linfáticos do interior do tumor podem estar afetados, mas os de fora do tumor estão livres da doença. Estágio 2B: o tumor está de um lado do corpo e pode ou não ser inteiramente removido cirurgicamente. A doença está presente nos gânglios linfáticos fora do tumor, mas não se disseminou para gânglios linfáticos distantes. Estágio 3: o tumor não atingiu outros órgãos, mas OU não pode ser totalmente removido pela cirurgia, atingiu o outro lado do corpo e pode ou não ter alcançado os gânglios

Mar 8, 2024 - 17:38
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Neuroblastoma: entenda o que é e quais os sintomas do câncer do filho do indigenista Bruno Pereira

Pedro, de 5 anos, faz tratamento contra um neuroblastoma estágio 4. Doença tem sintomas comuns que podem passar despercebidos se não forem realizados exames adequados. Pedro, de 5 anos, é filho do indigenista Bruno Pereira, assassinado em 2022 Reprodução O tipo de câncer infantil com o qual foi diagnosticado o filho do indigenista Bruno Pereira, morto em 2022, junto ao jornalista britânico Dom Phillips, chama neuroblastoma e pode ser muito agressivo. A mãe de Pedro, de 5 anos, Beatriz Matos, compartilhou em uma rede social que a criança recebeu no ano passado o diagnóstico da doença, que está no estágio 4, e faz tratamento há cinco meses. O neuroblastoma é um tipo de câncer que se desenvolve em células do sistema nervoso, e atinge, principalmente, crianças de até 10 anos de idade. O tumor pode acontecer em qualquer parte do corpo regulado pelo sistema nervoso simpático (parte do cérebro responsável por controlar funções corporais de forma inconsciente, como a respiração e a pressão arterial), que engloba: Cabeça e pescoço; Região torácica; Região abdominal; e Região pélvica. A maior frequência do tipo da doença é na região da glândula adrenal (localizada acima dos rins), causando um tumor abdominal. ???? As causas do neuroblastoma ainda são desconhecidas. Sintomas Por muitas vezes, os sintomas do neuroblastoma passam despercebidos porque se assemelham a sinais de doenças mais comuns. Em alguns casos, o tumor não apresenta qualquer sintoma. Os sinais da doença dependem do tamanho do tumor, do local e de quais partes do corpo são atingidas, e também se é um tumor localizado (em apenas um local) ou metastático (se espalhou para outras partes). Entre os sintomas, estão: Febre Dor de cabeça Tontura Diarreia Fadiga Dor nos ossos Hematomas Perda de apetite e de peso Nódulos no abdome, na lombar, no pescoço ou no tórax Pálpebras caídas e olhos saltados Abdome inchado ou distendido Círculos escuros sob os olhos ou ao seu redor Tosse ou dificuldade para respirar Dificuldade para engolir Fraqueza ou paralisia das pernas Anemia Pressão alta Inchaço das pernas ou do escroto Problemas para urinar ou defecar “Como os sintomas são os mesmos de doenças mais comuns, o importante é acompanhar a persistência e o desenvolvimento deles. Toda criança pode ter febre e diarreia, por exemplo, mas caso os sintomas continuem e não recuem com o tratamento indicado por um médico, é a hora de fazer exames mais específicos”, explica Viviane Sonaglio, líder do Centro de Referência em Tumores Pediátricos do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo. Diagnóstico De acordo com o Hospital A.C. Camargo, referência no tratamento do câncer, o diagnóstico é mais comum entre crianças de 1 e 2 anos de idade. É nessa fase também que o tratamento pode ter maiores chances de sucesso. Em alguns casos, a doença pode ser detectada ainda na gestação, por meio da ultrassonografia. Mas, em crianças maiores de 2 anos, exames específicos são fundamentais para diagnosticar o tumor e indicar, por exemplo, que não se trata de leucemia (câncer no sangue) ou outro tipo da doença. Por isso, é importante ter um pediatra de confiança que acompanhe a criança. Esse especialista saberá identificar, por exemplo, se a febre ou outros sintomas estão ou não evoluindo de maneira adequada, se é necessário fazer outros exames e até se é preciso encaminhar a criança para um outro especialista. Tratamento Assim como os sintomas, o tratamento contra o neuroblastoma também depende de uma série de fatores, como idade do paciente, estado geral de saúde, tamanho e localização do tumor, e se é localizado ou não. Em alguns casos, o paciente pode passar por uma cirurgia para remoção do tumor e estará curado. Em outros, é preciso do que chamamos de tratamento multimodal, que é quimioterapia, radioterapia cirurgia, transplante e imunoterapia, combinados. Para estabelecer o tratamento, é preciso, primeiro, classificar a extensão do tumor no que é chamado de estadiamento. No caso do neuroblastoma, é utilizada uma métrica internacional, chamada de Sistema Internacional de Estadiamento de Neuroblastoma (INSS), que estabelece seis estágios da doença: Estágio 1: o tumor está restrito à área onde surgiu, é visível e inteiramente removido por cirurgia. Os gânglios linfáticos do interior do tumor podem estar afetados, mas os de fora do tumor estão livres da doença. Estágio 2A: o tumor está restrito à área onde surgiu, mas não é totalmente visível nem pode ser inteiramente removido cirurgicamente. Os gânglios linfáticos do interior do tumor podem estar afetados, mas os de fora do tumor estão livres da doença. Estágio 2B: o tumor está de um lado do corpo e pode ou não ser inteiramente removido cirurgicamente. A doença está presente nos gânglios linfáticos fora do tumor, mas não se disseminou para gânglios linfáticos distantes. Estágio 3: o tumor não atingiu outros órgãos, mas OU não pode ser totalmente removido pela cirurgia, atingiu o outro lado do corpo e pode ou não ter alcançado os gânglios linfáticos próximos OU ainda está no local em que começou, mas atingiu os gânglios linfáticos do outro lado do corpo OU está no meio do corpo, atinge os dois lados e não pode ser inteiramente retirado por cirurgia. Estágio 4: o tumor atingiu gânglios linfáticos distantes e órgãos como ossos, fígado, pele, medula óssea, mas a criança não se enquadra nos critérios do Estágio 4S. Estágio 4S ou neuroblastoma especial: a criança tem menos de 1 ano, o tumor está em apenas um lado do corpo e pode ter se espalhado para os gânglios linfáticos do mesmo lado do corpo, mas não para os do outro. O neuroblastoma pode ter atingido fígado, pele ou medula óssea, mas menos de 10% das células da medula são cancerosas, porém o tumor não se espalhou para a medula ou para os ossos. De acordo com Viviane Sonaglio, do caso mais simples, resolvível cirurgicamente, ao mais complexo, com neuroblastomas avançados e resistentes ao tratamento, cada diagnóstico e tratamento são únicos, e médicos especialistas sempre devem ser consultados. VEJA TAMBÉM: Veja os sinais de retinoblastoma, câncer que afeta olhos da filha de Tiago Leifert

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