Mulher com suporte circulatório mecânico que recebeu rim de porco morre nos EUA

Lisa Pisano, 54, tinha o aparelho no coração e recebeu o rim de porco geneticamente alterado em abril deste ano Este conteúdo foi originalmente publicado em Mulher com suporte circulatório mecânico que recebeu rim de porco morre nos EUA no site CNN Brasil.

Jul 14, 2024 - 14:41
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Mulher com suporte circulatório mecânico que recebeu rim de porco morre nos EUA

Lisa Pisano, a primeira pessoa com suporte circulatório mecânico (que ajuda o coração a bombear sangue pelo corpo) a receber um transplante de rim de porco, morreu no último domingo (7). A informação foi confirmada pelo centro médico Langone Health, na Universidade de Nova York, onde ela fez a cirurgia.

Pisano, que tinha 54 anos, recebeu o transplante em 12 de abril, mas o órgão falhou e precisou ser removido em 29 de maio.

O caso dela foi o primeiro de transplante de órgão em uma pessoa com suporte circulatório mecânico e o segundo envolvendo o transplante de um rim de porco geneticamente modificado transferido para um ser humano, sendo o primeiro contendo a glândula timo do animal.

O primeiro transplante de um rim de porco em um humano foi feito em março deste ano, por um médico brasileiro, nos Estados Unidos.

 

Segundo o Dr. Robert Montgomery, diretor do Instituto de Transplantes de Langone, “Pisano foi corajosa e altruísta”, conforme o médico disse em comunicado divulgado nesta terça-feira (9).

Em coletiva de imprensa logo após o procedimento médico, na época, Pisano disse que mesmo que o transplante não funcionasse para ela, poderia funcionar para a próxima pessoa. “Pelo menos alguém vai ter benefício com isso”, falou.

Ainda segundo o comunicado, Montgomery disse que “as contribuições de Lisa para a medicina, cirurgias e xenotransplante não podem ser exageradas… Lisa nos ajudou ao nos aproximar de um futuro em que uma pessoa não precisa morrer para que outra pessoa sobreviva”.

A cada oito minutos, outra pessoa é adicionada à lista de espera de transplante. E 17 pessoas dessa lista morrem diariamente enquanto aguardam por um órgão, segundo a Organ Procurement and Transplantation Network. O xenotransplante, que envolve o uso de órgãos de outras espécies, é uma solução potencial para a escassez de órgãos de doadores disponíveis, segundo especialistas.

Médicos nos Estados Unidos realizam xenotransplantes em casos raros, com a permissão da Food and Drug Administration (FDA), órgão regulador do país. Para Pisano, a autorização ocorreu por meio da política de acesso expandido ou “uso compassivo” da agência, que permite que pacientes terminais sem outras opções tenham acesso aos procedimentos médicos experimentais.

Devido à insuficiência cardíaca de Pisano e à sua doença renal em fase terminal, com necessidade diária de diálise, ela não pôde fazer um procedimento padrão. Antes do xenotransplante, Pisano disse que “havia tentado de tudo”, e, com a cirurgia, esperava que teria mais tempo para passar com seus netos.

O rim de porco que ela recebeu foi geneticamente alterado para escapar dos anticorpos humanos, que tipicamente detectam e atacam corpos estranhos. A glândula timo do porco, que desempenha um papel chave na imunidade, foi colocada sob a cobertura do rim do porco para ajudar ainda mais o corpo de Pisano a aceitar o órgão.

No entanto, o rim foi removido em maio, após ter sido determinado que “não estava mais contribuindo o suficiente para justificar a continuação do regime de imunossupressão”. A fala foi feita por Montgomery na época.

“A coragem de Pisano deu esperança para milhares de pessoas que vivem com insuficiência renal ou cardíaca em estágio terminal e que em breve poderão se beneficiar de um fornecimento alternativo de órgãos”, continuou médico no comunicado desta terça-feira (9).

“Seu legado como pioneira viverá e ela sempre será lembrada por sua coragem e boa natureza.”

Entenda como funciona um transplante de rim de porco para humanos

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