Médica suspeita de emitir falsos laudos de câncer passou a ser investigada após paciente exigir cópia de resultado de exame, diz delegado

Segundo denúncia, médica não entregou laudo para paciente, que ao buscar resultado em laboratório descobriu que não tinha doença. Nove vítimas denunciaram caso à polícia. CRM-PR disse que apurará possível desvio ético. Delegado fala sobre investigação de médica suspeita de emitir laudos falsos de câncer A investigação da Polícia Civil contra a médica Carolina Biscaia, por suspeita dela emitir laudos falsos de câncer de pele, teve início após uma paciente, que não recebeu o exame da profissional ir ao laboratório e constatar um resultado diferente do diagnosticado, denunciar o caso à polícia. Ou seja, a paciente não tinha câncer de pele. Um inquérito na Polícia Civil de Pato Branco, no oeste do Paraná, apura o caso. O g1 entrou em contato com a médica e aguarda resposta. ✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp ✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram Até esta quinta-feira (29), nove vítimas denunciaram caso à polícia. Destas, pelo menos oito passaram por procedimento de ampliação de margens, que consiste na retirada de parte da pele onde supostamente estaria o câncer, informou o delegado Helder Andrade Lauria. Na sexta-feira (23) uma operação apreendeu laudos na casa da médica, que foram encaminhados ao Instituto de Criminalística "para comprovar a falsificação", além de computadores, celulares e outros documentos que auxiliarão a polícia na investigação. Leia mais abaixo. A cirurgia, feita no próprio consultório da médica, custa de R$ 3 mil a R$ 5 mil por paciente, de acordo com a apuração da polícia. Médica atua em Pato Branco, no Paraná CC0 Public Domain/Divulgação Leia também: Ano bissexto: quem nasce em 29 de fevereiro pode ser registrado em outro dia? Doença rara: Mãe de criança batalha cinco anos para conseguir diagnóstico do filho Oportunidade: Caixa abre concurso com 47 vagas no Paraná Procurado pelo g1, o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) disse que vai abrir uma sindicância para apurar a denúncia de possível desvio ético pela médica. Segundo a organização, o Código de Processo Ético-profissional determina que o processo tramite sob sigilo, garantindo o contraditório e ampla defesa. Criminalmente, se comprovada a fraude, a médica pode responder por estelionato e lesões corporais. Somadas, as penas podem chegar até seis anos de prisão. Como eram os atendimentos, segundo polícia Conforme o delegado Helder, nas consultas a médica examinava pintas e manchas dos pacientes e afirmava que algumas delas poderiam ser cancerígenas. Na sequência, ela fazia a retirada de material e encaminhava para um laboratório. Na reconsulta, ela apresentava ao paciente um laudo, que a polícia suspeita ser falso, com diagnóstico de câncer de pele. Segundo as investigações, a médica, então, marcava o procedimento de ampliação de margens. "Falava que a pessoa tinha câncer, naquele mesmo momento falava que precisava ser retirado e fazer o procedimento cirúrgico. A pessoa pagava e era feito o procedimento no consultório mesmo", explicou o delegado. Como a investigação começou Manchas de formato irregular podem ser sinal de câncer de pele. Freepik De acordo com o delegado Helder, a investigação começou após duas pacientes comentarem uma com a outra que a médica não entregou a elas o laudo que indicava que elas tinham câncer de pele. Após isso, umas das pacientes procurou o laboratório exigindo o exame. Ao receber o laudo original, ela suspeitou de fraude e, assim, iniciaram as apurações, segundo a polícia. Ainda conforme o delegado, o laboratório, que não teve nome divulgado, não tem envolvimento com o caso e também denunciou a médica. Câncer de pele: como identificar se pintas, manchas e outros sinais podem indicar doença Médica foi alvo de busca e apreensão Na última sexta-feira (23), a polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa da médica. No local, segundo o delegado, foram encontrados laudos que, na sequência, foram encaminhados ao Instituto de Criminalística "para comprovar a falsificação". Na operação também foram apreendidos computadores, celulares e outros documentos que auxiliarão a polícia na investigação. VÍDEOS: Mais assistidos g1 PR Leia mais notícias da região em g1 Oeste e Sudoeste.

Mar 8, 2024 - 17:37
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Médica suspeita de emitir falsos laudos de câncer passou a ser investigada após paciente exigir cópia de resultado de exame, diz delegado

Segundo denúncia, médica não entregou laudo para paciente, que ao buscar resultado em laboratório descobriu que não tinha doença. Nove vítimas denunciaram caso à polícia. CRM-PR disse que apurará possível desvio ético. Delegado fala sobre investigação de médica suspeita de emitir laudos falsos de câncer A investigação da Polícia Civil contra a médica Carolina Biscaia, por suspeita dela emitir laudos falsos de câncer de pele, teve início após uma paciente, que não recebeu o exame da profissional ir ao laboratório e constatar um resultado diferente do diagnosticado, denunciar o caso à polícia. Ou seja, a paciente não tinha câncer de pele. Um inquérito na Polícia Civil de Pato Branco, no oeste do Paraná, apura o caso. O g1 entrou em contato com a médica e aguarda resposta. ✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp ✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram Até esta quinta-feira (29), nove vítimas denunciaram caso à polícia. Destas, pelo menos oito passaram por procedimento de ampliação de margens, que consiste na retirada de parte da pele onde supostamente estaria o câncer, informou o delegado Helder Andrade Lauria. Na sexta-feira (23) uma operação apreendeu laudos na casa da médica, que foram encaminhados ao Instituto de Criminalística "para comprovar a falsificação", além de computadores, celulares e outros documentos que auxiliarão a polícia na investigação. Leia mais abaixo. A cirurgia, feita no próprio consultório da médica, custa de R$ 3 mil a R$ 5 mil por paciente, de acordo com a apuração da polícia. Médica atua em Pato Branco, no Paraná CC0 Public Domain/Divulgação Leia também: Ano bissexto: quem nasce em 29 de fevereiro pode ser registrado em outro dia? Doença rara: Mãe de criança batalha cinco anos para conseguir diagnóstico do filho Oportunidade: Caixa abre concurso com 47 vagas no Paraná Procurado pelo g1, o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) disse que vai abrir uma sindicância para apurar a denúncia de possível desvio ético pela médica. Segundo a organização, o Código de Processo Ético-profissional determina que o processo tramite sob sigilo, garantindo o contraditório e ampla defesa. Criminalmente, se comprovada a fraude, a médica pode responder por estelionato e lesões corporais. Somadas, as penas podem chegar até seis anos de prisão. Como eram os atendimentos, segundo polícia Conforme o delegado Helder, nas consultas a médica examinava pintas e manchas dos pacientes e afirmava que algumas delas poderiam ser cancerígenas. Na sequência, ela fazia a retirada de material e encaminhava para um laboratório. Na reconsulta, ela apresentava ao paciente um laudo, que a polícia suspeita ser falso, com diagnóstico de câncer de pele. Segundo as investigações, a médica, então, marcava o procedimento de ampliação de margens. "Falava que a pessoa tinha câncer, naquele mesmo momento falava que precisava ser retirado e fazer o procedimento cirúrgico. A pessoa pagava e era feito o procedimento no consultório mesmo", explicou o delegado. Como a investigação começou Manchas de formato irregular podem ser sinal de câncer de pele. Freepik De acordo com o delegado Helder, a investigação começou após duas pacientes comentarem uma com a outra que a médica não entregou a elas o laudo que indicava que elas tinham câncer de pele. Após isso, umas das pacientes procurou o laboratório exigindo o exame. Ao receber o laudo original, ela suspeitou de fraude e, assim, iniciaram as apurações, segundo a polícia. Ainda conforme o delegado, o laboratório, que não teve nome divulgado, não tem envolvimento com o caso e também denunciou a médica. Câncer de pele: como identificar se pintas, manchas e outros sinais podem indicar doença Médica foi alvo de busca e apreensão Na última sexta-feira (23), a polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa da médica. No local, segundo o delegado, foram encontrados laudos que, na sequência, foram encaminhados ao Instituto de Criminalística "para comprovar a falsificação". Na operação também foram apreendidos computadores, celulares e outros documentos que auxiliarão a polícia na investigação. VÍDEOS: Mais assistidos g1 PR Leia mais notícias da região em g1 Oeste e Sudoeste.

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