Exaustão térmica: entenda o que causou morte de fã de Taylor Swift em show

A universitária de 23 anos sofreu uma parada cardiorrespiratória, foi socorrida, mas não resistiu. Exaustão térmica: entenda o que causou morte de fã de Taylor Swift em show O laudo de necropsia de Ana Clara Benevides Machado, que morreu após passar mal no show de Taylor Swift em novembro, apontou que a universitária teve exaustão térmica causada pelo calor. Na ocasião, o Rio de Janeiro enfrentava uma onda de calor extremo, com temperatura acima dos 40ºC. ???? Segundo o perito que assina o laudo, a jovem estava exposta ao calor difuso — ou seja, que havia calor extremo no ambiente —; que a exposição foi indireta; que a fonte do calor foi o sol; que a evolução clínica aponta exaustão térmica com quadro de choque cardiovascular e comprometimento grave dos pulmões, evoluindo para morte súbita. O documento diz ainda que a jovem morreu por hemorragia alveolar, ou seja, houve rompimento dos vasos sanguíneos que irrigam os pulmões, e congestão polivisceral, que significa a paralisação de vários órgãos por exposição difusa ao calor. Em nota, a T4F, organizadora do evento, disse que Ana Clara "foi prontamente atendida por socorristas e encaminhada em ambulância UTI, acompanhada por médicos até o hospital para que pudesse receber atendimento." A empresa informou ainda que, em 40 anos de atuação, nunca se envolveu em um "episódio trágico como o ocorrido no Engenhão, decorrente de fator climático”. (Veja a nota completa ao fim da reportagem.) Exaustão térmica pelo calor A exaustão térmica é uma condição que ocorre quando o corpo superaquece. O distúrbio provoca uma perda excessiva de sais (eletrólitos) e líquidos, dando lugar a uma diminuição do volume de sangue, provocando muitos sintomas, entre os quais o desmaio e o colapso. O calor do corpo, combinado com o calor ambiental, resulta na temperatura central, que é a temperatura interna do corpo. Segundo a Mayo Clinic, dos Estados Unidos, em climas quentes, o corpo se resfria pela transpiração e o suor regula a temperatura. "Sabemos que o controle da temperatura corporal se dá pela evaporação do suor. Quando isso não acontece adequadamente, o corpo continua aumentando sua produção [de suor]. E, pelo suor, além da perda de líquidos, também perdemos eletrólitos, como o sódio", explica Amanda Gonzales, cardiologista da Unidade de Cardiologia do Exercício do Hospital Sírio-Libanês. Ainda que a temperatura corporal não aumente tanto, essa perda contínua de eletrólitos, sem uma adequada reposição, pode levar ao colapso circulatório, o que chamamos de exaustão térmica. ???? Quando nos exercitamos muito ou nos esforçamos demais em climas quentes, o corpo pode perder capacidade de resfriamento. Como resultado, aparecem os sintomas de exaustão, que podem começar repentinamente ou progredir com o tempo. Os sintomas incluem: suor intenso, desmaio, tontura, fadiga, pulso fraco, pressão arterial baixa, náusea, dor de cabeça e cãibras musculares. Se a exaustão não for tratada, pode causar a insolação, que eleva a temperatura corporal a 40ºC ou mais (a temperatura considerada normal varia entre 36ºC e 37,2ºC). O tratamento deve ser imediato neste caso, para evitar danos permanentes ao cérebro e a outros órgãos vitais, que podem resultar em morte. "A perda do sódio, chamada de hiponatremia, associada a perda de água, pode trazer graves consequências como, alterações neurológicas e cardíacas, quadros de edema do pulmão e de outros órgãos, e morte súbita", ressalta Amanda. Para tentar minimizar os efeitos da perda de eletrólitos em um ambiente de calor excessivo, a cardiologista explica que é importante sempre equilibrar o consumo de água, sódio e potássio. Ou seja, além de água “pura”, a pessoa também deve fazer a reposição de eletrólitos, com bebidas isotônicas, por exemplo, além de descansar em lugar fresco. LEIA TAMBÉM: Desidratação no calor: xixi é 'termômetro' para evitar quadro Calculadora da água: descubra quanto você deve beber por dia Entenda como uma pessoa pode morrer de sede Nota da T4F “A T4F seguiu todas as melhores práticas de organização de eventos, incluindo todas as exigências das autoridades, distribuiu milhares de copos de água e permitiu a entrada com copos de água descartáveis sem qualquer limitação de quantidade no dia do show. A empresa reitera, como tem feito desde o ocorrido, que lamenta profundamente a perda de Ana Clara. Ela foi prontamente atendida por socorristas e encaminhada em ambulância UTI, acompanhada por médicos até o hospital para que pudesse receber atendimento. A empresa segue prestando todas as informações solicitadas pelos órgãos públicos e colabora com as autoridades na investigação em curso. Em mais de 40 anos de atuação, a empresa nunca havia registrado um episódio trágico como o ocorrido no Engenhão, decorrente de fator climático”. Ana Clara Benevides Machado, de 23 anos, cursava psicologia na Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), em Mato Grosso Reprodução/Instagram

Mar 8, 2024 - 17:38
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Exaustão térmica: entenda o que causou morte de fã de Taylor Swift em show

A universitária de 23 anos sofreu uma parada cardiorrespiratória, foi socorrida, mas não resistiu. Exaustão térmica: entenda o que causou morte de fã de Taylor Swift em show O laudo de necropsia de Ana Clara Benevides Machado, que morreu após passar mal no show de Taylor Swift em novembro, apontou que a universitária teve Exaustão térmica causada pelo calor. Na ocasião, o Rio de Janeiro enfrentava uma onda de calor extremo, com temperatura acima dos 40ºC. ???? Segundo o perito que assina o laudo, a jovem estava exposta ao calor difuso — ou seja, que havia calor extremo no ambiente —; que a exposição foi indireta; que a fonte do calor foi o sol; que a evolução clínica aponta Exaustão térmica com quadro de choque cardiovascular e comprometimento grave dos pulmões, evoluindo para morte súbita. O documento diz ainda que a jovem morreu por hemorragia alveolar, ou seja, houve rompimento dos vasos sanguíneos que irrigam os pulmões, e congestão polivisceral, que significa a paralisação de vários órgãos por exposição difusa ao calor. Em nota, a T4F, organizadora do evento, disse que Ana Clara "foi prontamente atendida por socorristas e encaminhada em ambulância UTI, acompanhada por médicos até o hospital para que pudesse receber atendimento." A empresa informou ainda que, em 40 anos de atuação, nunca se envolveu em um "episódio trágico como o ocorrido no Engenhão, decorrente de fator climático”. (Veja a nota completa ao fim da reportagem.) Exaustão térmica pelo calor A Exaustão térmica é uma condição que ocorre quando o corpo superaquece. O distúrbio provoca uma perda excessiva de sais (eletrólitos) e líquidos, dando lugar a uma diminuição do volume de sangue, provocando muitos sintomas, entre os quais o desmaio e o colapso. O calor do corpo, combinado com o calor ambiental, resulta na temperatura central, que é a temperatura interna do corpo. Segundo a Mayo Clinic, dos Estados Unidos, em climas quentes, o corpo se resfria pela transpiração e o suor regula a temperatura. "Sabemos que o controle da temperatura corporal se dá pela evaporação do suor. Quando isso não acontece adequadamente, o corpo continua aumentando sua produção [de suor]. E, pelo suor, além da perda de líquidos, também perdemos eletrólitos, como o sódio", explica Amanda Gonzales, cardiologista da Unidade de Cardiologia do Exercício do Hospital Sírio-Libanês. Ainda que a temperatura corporal não aumente tanto, essa perda contínua de eletrólitos, sem uma adequada reposição, pode levar ao colapso circulatório, o que chamamos de Exaustão térmica. ???? Quando nos exercitamos muito ou nos esforçamos demais em climas quentes, o corpo pode perder capacidade de resfriamento. Como resultado, aparecem os sintomas de Exaustão, que podem começar repentinamente ou progredir com o tempo. Os sintomas incluem: suor intenso, desmaio, tontura, fadiga, pulso fraco, pressão arterial baixa, náusea, dor de cabeça e cãibras musculares. Se a Exaustão não for tratada, pode causar a insolação, que eleva a temperatura corporal a 40ºC ou mais (a temperatura considerada normal varia entre 36ºC e 37,2ºC). O tratamento deve ser imediato neste caso, para evitar danos permanentes ao cérebro e a outros órgãos vitais, que podem resultar em morte. "A perda do sódio, chamada de hiponatremia, associada a perda de água, pode trazer graves consequências como, alterações neurológicas e cardíacas, quadros de edema do pulmão e de outros órgãos, e morte súbita", ressalta Amanda. Para tentar minimizar os efeitos da perda de eletrólitos em um ambiente de calor excessivo, a cardiologista explica que é importante sempre equilibrar o consumo de água, sódio e potássio. Ou seja, além de água “pura”, a pessoa também deve fazer a reposição de eletrólitos, com bebidas isotônicas, por exemplo, além de descansar em lugar fresco. LEIA TAMBÉM: Desidratação no calor: xixi é 'termômetro' para evitar quadro Calculadora da água: descubra quanto você deve beber por dia Entenda como uma pessoa pode morrer de sede Nota da T4F “A T4F seguiu todas as melhores práticas de organização de eventos, incluindo todas as exigências das autoridades, distribuiu milhares de copos de água e permitiu a entrada com copos de água descartáveis sem qualquer limitação de quantidade no dia do show. A empresa reitera, como tem feito desde o ocorrido, que lamenta profundamente a perda de Ana Clara. Ela foi prontamente atendida por socorristas e encaminhada em ambulância UTI, acompanhada por médicos até o hospital para que pudesse receber atendimento. A empresa segue prestando todas as informações solicitadas pelos órgãos públicos e colabora com as autoridades na investigação em curso. Em mais de 40 anos de atuação, a empresa nunca havia registrado um episódio trágico como o ocorrido no Engenhão, decorrente de fator climático”. Ana Clara Benevides Machado, de 23 anos, cursava psicologia na Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), em Mato Grosso Reprodução/Instagram

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