Estudo de universidade em MG aponta que transmissão da dengue pode persistir mesmo com temperaturas mais baixas; entenda

Estudo feito pela Universidade Federal de Lavras aponta resistência do Aedes aegypti perante às adversidades de clima e traz projeção da doença para a transição da estação climática. Temperaturas mais baixas não devem impedir reprodução de mosquito da dengue Um estudo feito pela Universidade Federal de Lavras (Ufla) aponta que a dengue pode persistir mesmo com as temperaturas mais baixas previstas para o mês de junho. A tendência é confirmada pelo aumento de mais de 11,5 mil casos da doença no Sul de Minas desde a última semana, segundo boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). ???? Participe do canal do g1 Sul de Minas no WhatsApp Como a pesquisa foi feita? O ensaio foi conduzido por um estudante de doutorado do laboratório da Ufla. O experimento foi feito no último fim de semana, quando as temperaturas estavam mais amenas. Ele utilizou copos plásticos, tampinhas de refrigerante e ovos já secos no ambiente. "O que a gente observou é que, mesmo nesse período onde as temperaturas começam a ficar mais amenas, o ciclo do inseto continua. Usamos recipientes pequenos com ovos ressecados e guardados em laboratório, com um pequeno volume de água equivalente a uma colher de chá. Esses ovos deram origem às larvas que fecharam esse ciclo", explica a pesquisadora Joziana Muniz de Paiva Barçante. Transmissão da dengue pode persistir mesmo com temperaturas mais baixas no Sul de Minas; entenda Tânia Rego/Agência Brasil O experimento revelou que mesmo sob condições de temperatura moderada, com máximas de até 30 °C, os ovos do mosquito Aedes aegypti eclodiram em um curto espaço de tempo: apenas 4 horas após o contato com a água. Cerca de 50% dos ovos que foram parte desse experimento já haviam se transformado em larvas. Ainda conforme os pesquisadores, é importante considerar que as fêmeas infectadas têm a capacidade de depositar ovos já contaminados — o que significa que não é necessário haver pessoas doentes para que o ciclo de transmissão se reinicie e se amplie. "O ciclo de transmissão permanece mesmo com condições mais amenas e desfavoráveis ao inseto. [...] Mesmo com condições climáticas mais brandas, a presença de chuva ou ovos no ambiente pode representar um risco de transmissão", aponta. Transmissão da dengue pode persistir mesmo com temperaturas mais baixas no Sul de Minas; entenda AP Photo/Felipe Dana Qual a tendência dos próximos meses? A projeção indica que, apesar da queda das temperaturas, a transmissão da dengue pode persistir devido à capacidade do inseto de se desenvolver mesmo em condições menos favoráveis. “Quando a gente pega a tendência histórica, é que a partir de meados de maio a gente começa a observar essa queda no ciclo de transmissão. Exatamente porque a velocidade do ciclo do inseto aumenta ali, reduz o tempo de vida desse inseto e com isso a gente tem também essa diminuição do ciclo de transmissão. A tendência é que a gente tenha uma redução, mas isso não significa que termina o ciclo de transmissão. O sinal de alerta permanece e a população deve estar atenta”, completa. Dengue no Sul de Minas Conforme dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), nesta semana foram confirmadas 31 novas mortes pela doença na região - agora, o número total chega a 90 óbitos. Também foram confirmados mais 11,5 mil casos; o número de confirmações já chega a 127.320 em todo o Sul de Minas. Veja os casos na sua cidade: C Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas

May 25, 2024 - 13:51
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Estudo de universidade em MG aponta que transmissão da dengue pode persistir mesmo com temperaturas mais baixas; entenda

Estudo feito pela universidade Federal de Lavras aponta resistência do Aedes aegypti perante às adversidades de clima e traz projeção da doença para a transição da estação climática. temperaturas mais baixas não devem impedir reprodução de mosquito da dengue Um estudo feito pela universidade Federal de Lavras (Ufla) aponta que a dengue pode persistir mesmo com as temperaturas mais baixas previstas para o mês de junho. A tendência é confirmada pelo aumento de mais de 11,5 mil casos da doença no Sul de Minas desde a última semana, segundo boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). ???? Participe do canal do g1 Sul de Minas no WhatsApp Como a pesquisa foi feita? O ensaio foi conduzido por um estudante de doutorado do laboratório da Ufla. O experimento foi feito no último fim de semana, quando as temperaturas estavam mais amenas. Ele utilizou copos plásticos, tampinhas de refrigerante e ovos já secos no ambiente. "O que a gente observou é que, mesmo nesse período onde as temperaturas começam a ficar mais amenas, o ciclo do inseto continua. Usamos recipientes pequenos com ovos ressecados e guardados em laboratório, com um pequeno volume de água equivalente a uma colher de chá. Esses ovos deram origem às larvas que fecharam esse ciclo", explica a pesquisadora Joziana Muniz de Paiva Barçante. Transmissão da dengue pode persistir mesmo com temperaturas mais baixas no Sul de Minas; entenda Tânia Rego/Agência Brasil O experimento revelou que mesmo sob condições de temperatura moderada, com máximas de até 30 °C, os ovos do mosquito Aedes aegypti eclodiram em um curto espaço de tempo: apenas 4 horas após o contato com a água. Cerca de 50% dos ovos que foram parte desse experimento já haviam se transformado em larvas. Ainda conforme os pesquisadores, é importante considerar que as fêmeas infectadas têm a capacidade de depositar ovos já contaminados — o que significa que não é necessário haver pessoas doentes para que o ciclo de transmissão se reinicie e se amplie. "O ciclo de transmissão permanece mesmo com condições mais amenas e desfavoráveis ao inseto. [...] Mesmo com condições climáticas mais brandas, a presença de chuva ou ovos no ambiente pode representar um risco de transmissão", aponta. Transmissão da dengue pode persistir mesmo com temperaturas mais baixas no Sul de Minas; entenda AP Photo/Felipe Dana Qual a tendência dos próximos meses? A projeção indica que, apesar da queda das temperaturas, a transmissão da dengue pode persistir devido à capacidade do inseto de se desenvolver mesmo em condições menos favoráveis. “Quando a gente pega a tendência histórica, é que a partir de meados de maio a gente começa a observar essa queda no ciclo de transmissão. Exatamente porque a velocidade do ciclo do inseto aumenta ali, reduz o tempo de vida desse inseto e com isso a gente tem também essa diminuição do ciclo de transmissão. A tendência é que a gente tenha uma redução, mas isso não significa que termina o ciclo de transmissão. O sinal de alerta permanece e a população deve estar atenta”, completa. Dengue no Sul de Minas Conforme dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), nesta semana foram confirmadas 31 novas mortes pela doença na região - agora, o número total chega a 90 óbitos. Também foram confirmados mais 11,5 mil casos; o número de confirmações já chega a 127.320 em todo o Sul de Minas. Veja os casos na sua cidade: C Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas

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