Estilo de vida moderno prejudica saúde mental, diz Mario Sergio Cortella

Filósofo é um dos convidados do novo episódio do “CNN Sinais Vitais – Dr. Kalil Entrevista”, que vai ao ar no sábado (2), às 19h30, na CNN Brasil Este conteúdo foi originalmente publicado em Estilo de vida moderno prejudica saúde mental, diz Mario Sergio Cortella no site CNN Brasil.

Mar 8, 2024 - 17:37
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Estilo de vida moderno prejudica saúde mental, diz Mario Sergio Cortella

Existem cerca de 350 milhões de pessoas com depressão no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Só no Brasil, são 11 milhões de pessoas convivendo com a doença, o que faz o país ser o primeiro no ranking de incidência de depressão na América Latina.

A situação é ainda mais delicada em países de baixa e média renda, onde 80% das pessoas com transtornos mentais não recebe tratamento adequado. O assunto é tema do “CNN Sinais Vitais – Dr. Kalil Entrevista” desta semana, que será exibido no sábado (2) e recebe o psiquiatra Wagner Gattaz, professor da USP, e o filósofo Mario Sergio Cortella.

Falar sobre saúde mental é fundamental, especialmente depois da pandemia de Covid-19 que, para Gattaz, piorou o cenário de depressão no Brasil e no mundo.

“Estatisticamente nós fizemos em 2012, bem antes da pandemia, um estudo epidemiológico representativo aqui no estado de São Paulo. Nós encontramos que num espaço de 12 meses, 20% da população, quer dizer, um a cada cinco, vão apresentar sintomas de ansiedade. Sintomas de depressão ocorrem em 12%”, compartilha.

Ainda de acordo com o psiquiatra, houve um aumento de cerca de 25% nos casos de ansiedade e depressão após a pandemia. Muito disso pode estar relacionado às incertezas sobre o vírus e vacinação, além do alto número de casos e óbitos que ocorreram na época.

Os entrevistados são unânimes em dizer que é preciso cada vez mais falar sobre esse tema com o intuito de salvar vidas. “A depressão é a causa mais frequente do suicídio. Cerca de 80% das pessoas que se suicidam têm um quadro depressivo”, diz Gattaz.

Como diferenciar tristeza e depressão?

É fundamental saber diferenciar o que é a tristeza, uma emoção natural do ser humano, da depressão, uma doença que deve ser tratada. “Uma pessoa triste pode ficar acabrunhada, pode ficar aquietada, mas ela retoma seu estado depois. A tristeza é um componente da nossa existência. Tal como a felicidade, ninguém é triste o tempo todo, nem feliz o tempo todo”, explica Margio Sergio Cortella.

Já a depressão pode incluir outros sintomas mais profundos e, muitas vezes, incapacitantes. “A depressão não é só a tristeza. Muitas vezes a depressão ocorre com um fenômeno chamado anedonia, que é a diminuição da capacidade de sentir prazer. A pessoa não está triste, mas ela diz ‘eu não consigo sentir, eu estou anestesiado por dentro”, explica Gattaz.

Para Cortella, o estilo de vida moderno e ocidentalizado traz consequências diretas na saúde mental. “Há um adoecimento no nosso cotidiano, pelo nosso modo de convivência”, diz ele, referindo-se também à tecnologia e às redes sociais.

“Há a obsessão do consumo, a ‘consumolatria’, essa adoração o tempo todo por você ter que ter coisas, porque é isso que vai te dar alegria e, portanto, gera frustração”, completa.

Para Gattaz, apesar de a tecnologia poder agravar quadros depressivos, ela não é a única responsável. O psiquiatra explica que componentes genéticos também influenciam para o surgimento de transtornos mentais.

“Quando a pessoa tem, por exemplo, um familiar de primeiro grau com uma depressão, o risco aumenta em cerca de 15 vezes para ela ter também uma depressão. Como tudo, né? Nós somos fruto da interação dos nossos genes, com o meio ambiente”, completa.

O “CNN Sinais Vitais – Dr. Kalil Entrevista” vai ao ar no sábado, 02 de março, às 19h30, na CNN Brasil.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Estilo de vida moderno prejudica saúde mental, diz Mario Sergio Cortella no site CNN Brasil.

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