DF e 6 estados têm emergência de dengue; 'Dia D' contra a doença será em 2 de março

Em todo país, já são mais de 973 mil casos prováveis e confirmados nas primeiras oito semanas de 2024. Mulher segura um mosquito transmissor da dengue com uma pinça Ueslei Marcelino/Reuters Seis estados do país (AC, GO, MG, ES, RJ e SC) e o Distrito Federal já declararam emergência em saúde pública por causa da dengue, segundo informou o Ministério da Saúde nesta terça-feira (27). Para conter o avanço da doença, a pasta também divulgou que irá implementar um "Dia D" de mobilização nacional contra a dengue, no próximo sábado, dia 2 de março, com o tema "10 minutos contra a dengue", em alusão ao período diário dedicado à eliminação do mosquito transmissor. "[Será] um momento de atenção do país, de atenção das autoridades sanitárias, do Ministério da Saúde, de um monitoramento muito próximo ao que está acontecendo nas diferentes regiões, estados e municípios", disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade, numa coletiva de imprensa em Brasília. Brasil tem quase 1 milhão de casos registrados de dengue No evento, o Ministério da Saúde não elaborou em detalhes as ações planejadas para a data, porém afirmou que, em colaboração com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), apresentaria as medidas planejadas para o "Dia D" nesta quarta-feira (28). Recursos No começo do mês, o governo anunciou que ampliou para R$ 1,5 bilhão os recursos reservados para apoiar estados, municípios e o Distrito Federal no enfrentamento de emergências, como a alta de casos de dengue no país. Em 2023, a pasta havia reservado somente R$ 256 milhões para esse fim. Além disso, a pasta também disse que está otimizando a entrega de verbas para estados e cidades que declararem emergência devido à dengue, outras doenças transmitidas por mosquitos ou situações que afetem a saúde pública. E nesta terça foi aprovado o primeiro pagamento, no valor total de R$ 23,4 milhões, destinado a municípios de Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo e o Distrito Federal. Casos e mortes Em todo país, já são mais de 973 mil casos prováveis e confirmados nas primeiras oito semanas de 2024. No mesmo período do ano passado, o país contabilizava 207.475 casos. E em todo o ano de 2023, foram 1.658.816 registros. Até o momento, 195 mortes foram confirmadas neste ano e 672 seguem em investigação. Em 2023, foram 149 óbitos entre as semanas 01 e 08. "A curva está tendo uma inclinação muito positiva desde o início do ano, e isso é ruim. O gráfico deveria subir mais lentamente, e não é isso que estamos vendo. A expectativa é que a gente bata todos os recordes de dengue em 2024, já que a largada começou com alta velocidade", disse Kleber Luz, infectologista e consultor da Organização Mundial de Saúde (OMS) e Opas para a elaboração de diretrizes estratégicas para prevenção e controle das arboviroses, em entrevista recente ao g1. LEIA TAMBÉM Bastam 10 minutos por semana para eliminar focos do aedes aegypti dentro de casa ENTENDA: surto, epidemia, pandemia e endemia Dipirona e paracetamol contra dengue: quais cuidados tomar ao buscar remédios O que devemos fazer A dengue só acontece se houver a presença do mosquito Aedes aegypti. Essa é, praticamente, a única forma de transmissão da doença que causa repercussão na sociedade. Para evitar, então, não há muito segredo: precisamos acabar com os criadouros do mosquito. E o combate depende de todos, seja a sociedade em geral, governo e profissionais de saúde. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 75% dos criadouros do mosquito transmissor estão nos domicílios, como em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeira, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral e materiais em depósitos de construção (sanitários estocados, canos e outros). Esses criadouros permitem a proliferação da fêmea do mosquito Aedes aegypti (transmissora da dengue). O controle é vetorial, precisamos combater o mosquito. A população precisa ser educada, entender que a dengue é uma doença grave e devemos controlar o criadouro. Já os gestores precisam disponibilizar larvicidas, fumacê, distribuição de inseticidas. O infectologista e consultor da OMS lembra que a dengue mata pessoas absolutamente saudáveis e de qualquer idade. Por isso, ao apresentar os primeiros sintomas, a pessoa deve procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento adequados, visto que a infecção pode evoluir rápido e o óbito pode vir no terceiro ou quarto dia. Dengue: veja o que é a doença e quais são os seus sintomas Arte g1/Dhara Assis

Mar 8, 2024 - 17:37
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DF e 6 estados têm emergência de dengue; 'Dia D' contra a doença será em 2 de março

Em todo país, já são mais de 973 mil casos prováveis e confirmados nas primeiras oito semanas de 2024. Mulher segura um mosquito transmissor da dengue com uma pinça Ueslei Marcelino/Reuters Seis estados do país (AC, GO, MG, ES, RJ e SC) e o Distrito Federal já declararam emergência em saúde pública por causa da dengue, segundo informou o Ministério da Saúde nesta terça-feira (27). Para conter o avanço da doença, a pasta também divulgou que irá implementar um "Dia D" de mobilização nacional contra a dengue, no próximo sábado, dia 2 de março, com o tema "10 minutos contra a dengue", em alusão ao período diário dedicado à eliminação do mosquito transmissor. "[Será] um momento de atenção do país, de atenção das autoridades sanitárias, do Ministério da Saúde, de um monitoramento muito próximo ao que está acontecendo nas diferentes regiões, estados e municípios", disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade, numa coletiva de imprensa em Brasília. Brasil tem quase 1 milhão de casos registrados de dengue No evento, o Ministério da Saúde não elaborou em detalhes as ações planejadas para a data, porém afirmou que, em colaboração com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), apresentaria as medidas planejadas para o "Dia D" nesta quarta-feira (28). Recursos No começo do mês, o governo anunciou que ampliou para R$ 1,5 bilhão os recursos reservados para apoiar estados, municípios e o Distrito Federal no enfrentamento de emergências, como a alta de casos de dengue no país. Em 2023, a pasta havia reservado somente R$ 256 milhões para esse fim. Além disso, a pasta também disse que está otimizando a entrega de verbas para estados e cidades que declararem emergência devido à dengue, outras doenças transmitidas por mosquitos ou situações que afetem a saúde pública. E nesta terça foi aprovado o primeiro pagamento, no valor total de R$ 23,4 milhões, destinado a municípios de Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo e o Distrito Federal. Casos e mortes Em todo país, já são mais de 973 mil casos prováveis e confirmados nas primeiras oito semanas de 2024. No mesmo período do ano passado, o país contabilizava 207.475 casos. E em todo o ano de 2023, foram 1.658.816 registros. Até o momento, 195 mortes foram confirmadas neste ano e 672 seguem em investigação. Em 2023, foram 149 óbitos entre as semanas 01 e 08. "A curva está tendo uma inclinação muito positiva desde o início do ano, e isso é ruim. O gráfico deveria subir mais lentamente, e não é isso que estamos vendo. A expectativa é que a gente bata todos os recordes de dengue em 2024, já que a largada começou com alta velocidade", disse Kleber Luz, infectologista e consultor da Organização Mundial de Saúde (OMS) e Opas para a elaboração de diretrizes estratégicas para prevenção e controle das arboviroses, em entrevista recente ao g1. LEIA TAMBÉM Bastam 10 minutos por semana para eliminar focos do aedes aegypti dentro de casa ENTENDA: surto, epidemia, pandemia e endemia Dipirona e paracetamol contra dengue: quais cuidados tomar ao buscar remédios O que devemos fazer A dengue só acontece se houver a presença do mosquito Aedes aegypti. Essa é, praticamente, a única forma de transmissão da doença que causa repercussão na sociedade. Para evitar, então, não há muito segredo: precisamos acabar com os criadouros do mosquito. E o combate depende de todos, seja a sociedade em geral, governo e profissionais de saúde. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 75% dos criadouros do mosquito transmissor estão nos domicílios, como em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeira, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral e materiais em depósitos de construção (sanitários estocados, canos e outros). Esses criadouros permitem a proliferação da fêmea do mosquito Aedes aegypti (transmissora da dengue). O controle é vetorial, precisamos combater o mosquito. A população precisa ser educada, entender que a dengue é uma doença grave e devemos controlar o criadouro. Já os gestores precisam disponibilizar larvicidas, fumacê, distribuição de inseticidas. O infectologista e consultor da OMS lembra que a dengue mata pessoas absolutamente saudáveis e de qualquer idade. Por isso, ao apresentar os primeiros sintomas, a pessoa deve procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento adequados, visto que a infecção pode evoluir rápido e o óbito pode vir no terceiro ou quarto dia. Dengue: veja o que é a doença e quais são os seus sintomas Arte g1/Dhara Assis

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