Dengue: com 68 novos casos por dia, Campinas supera patamar que definiu epidemia em 2023

Na região de Sousas, confirmações da doença cresceram 82% em oito dias. Veja bairros com mais casos. Profissional realiza dedetização para combater mosquito da dengue em Campinas Reprodução/EPTV Com média de 68 novos casos de dengue por dia em 2024, Campinas atingiu 2.857 confirmações da doença nesta semana. Um crescimento de 46%, já que o número estava em 1.949 na semana passada. Não há mortes confirmadas na cidade. ???? Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp O patamar atingido é superior aos 2.798 casos registrados em 12 de abril de 2023, quando Campinas declarou epidemia de dengue. Segundo a Secretaria de Saúde, a cidade, desde então, está em situação de epidemia e, por isso, não vai declarar uma nova epidemia este ano. Tempo para atingir 2.798 casos em 2023: 101 dias Tempo para atingir 2.857 casos em 2024: 41 dias Em nota ao g1, a Secretaria de Saúde de Campinas informou que desde dezembro de 2023 já colocou em prática uma série de medidas de prevenção e combate à dengue e reafirmou que, neste ano, agentes de Saúde já visitaram 18,4 mil imóveis. Ver nota na íntegra ao final desta reportagem. Nesta reportagem explicamos: O risco dos novos sorotipos que estão circulando na cidade Bairros com mais casos da doença Série histórica de confirmações de dengue O que diz a prefeitura Novos sorotipos circulando na cidade Na semana passada, a prefeitura confirmou a reintrodução em Campinas dos sorotipos 2 e 3 da dengue. O tipo 2 não circulava desde 2021 e o 3 desde 2009. A chegada das novas variantes da doença deixa autoridades em alerta. Entenda por que em quatro pontos: Quatro sorotipos da dengue circulam no Brasil: 1, 2, 3 e 4; A pessoa diagnosticada com a dengue só cria anticorpos (defesa) do sorotipo específico que contraiu, portanto, pode pegar dengue novamente se for um sorotipo diferente; Como o sorotipo 3 não é detectado em Campinas há 15 anos, uma parte grande da população não tem anticorpos para esse tipo da doença, principalmente crianças e adolescentes. Por isso, há o maior risco de infecção nos moradores em caso de contato com o mosquito transmissor. Nos últimos anos, o sorotipo 1 predominou em Campinas, por isso, a chegada dos sorotipos 2 e 3 na cidade pode gerar quadro mais graves. Isso porque a reinfecção de dengue por um sorotipo diferente é fator de risco para a dengue grave, conhecida como dengue hemorrágica. "A segunda infecção por qualquer sorotipo do dengue é predominantemente mais grave que a primeira, independentemente dos sorotipos e de sua seqüência", explicou o Ministério da Saúde (MS) em nota técnica. Campinas faz mutirões de dengue Rogério Capela Bairros com mais casos Segundo o painel da Prefeitura de Campinas, o número de casos na região de Sousas cresceu 82% em oito dias e o São Bernardo passou a figurar entre os bairros com mais casos. Veja lista dos 10 locais com mais confirmações da doença: Jardim Eulina: 278 casos Sousas: 122 casos Centro: 100 casos Vila 31 de março: 91 casos São Bernardo: 90 casos Taquaral: 88 casos DIC III: 83 casos Mansões Santo Antônio: 82 casos Jardim Ipê: 80 casos Aurélia: 78 casos Série histórica de dengue em Campinas Segundo a Secretaria de Saúde de Campinas, o ano com o maior número de casos de dengue em Campinas foi 2015, quando houve uma epidemia histórica da doença. Veja números: 2015: 65.754 casos 2014: 42.405 casos 2019: 26.341 casos 2023: 11.476 casos 2007: 11.442 casos 2022: 11.277 casos 2013: 7.030 casos 2020: 3.949 casos 2016: 3.280 casos 2011: 3.178 casos 2024 (até 11/02): 2.857 casos ⬅ 2010: 2.647 casos 2021: 2.357 casos 2002: 1.464 casos 1998: 1.397 casos 2012: 1.011 casos 2006: 742 casos 2001: 728 casos 2003: 423 casos 2018: 318 casos 2008: 306 casos 2009: 300 casos 2017: 170 casos 2005: 119 casos 1999: 117 casos 2000: 81 casos 2004: 30 casos O que diz a Prefeitura A Secretaria de Saúde de Campinas informa que desde dezembro de 2023 já colocou em prática uma série de medidas consideradas adicionais, sobre o plano regular de prevenção e combate à dengue, que inclusive começaram a ser copiadas por outros municípios brasileiros diante do contexto do aumento de casos da doença. Neste ano, agentes de Saúde já visitaram 18,4 mil imóveis em quatro mutirões e ações de visitas às residências que antecederam estes trabalhos específicos para orientar a população e eliminar criadouros do Aedes aegypti, vetor da doença. Além disso, somente no sábado, 3 de fevereiro, um mutirão da Secretaria de Serviços Públicos recolheu 1,4 mil toneladas de lixo e entulho descartados irregularmente em áreas públicas de Campinas. O prefeito, Dário Saadi, anunciou um pacote de ações no fim de 2023 diante da preocupação com a explosão de casos com a possível reintrodução dos vírus tipos 3 e 4, não registrados localmente desde 2009 e 2014, respectivamente, mas que já causaram infecções em outros municípios. Já o sorotipo 2 não é verificado na cidade desde 2021. O plano inclui uma Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde

Mar 8, 2024 - 17:37
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Dengue: com 68 novos casos por dia, Campinas supera patamar que definiu epidemia em 2023

Na região de Sousas, confirmações da doença cresceram 82% em oito dias. Veja bairros com mais casos. Profissional realiza dedetização para combater mosquito da dengue em Campinas Reprodução/EPTV Com média de 68 novos casos de dengue por dia em 2024, Campinas atingiu 2.857 confirmações da doença nesta semana. Um crescimento de 46%, já que o número estava em 1.949 na semana passada. Não há mortes confirmadas na cidade. ???? Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp O patamar atingido é superior aos 2.798 casos registrados em 12 de abril de 2023, quando Campinas declarou epidemia de dengue. Segundo a Secretaria de Saúde, a cidade, desde então, está em situação de epidemia e, por isso, não vai declarar uma nova epidemia este ano. Tempo para atingir 2.798 casos em 2023: 101 dias Tempo para atingir 2.857 casos em 2024: 41 dias Em nota ao g1, a Secretaria de Saúde de Campinas informou que desde dezembro de 2023 já colocou em prática uma série de medidas de prevenção e combate à dengue e reafirmou que, neste ano, agentes de Saúde já visitaram 18,4 mil imóveis. Ver nota na íntegra ao final desta reportagem. Nesta reportagem explicamos: O risco dos novos sorotipos que estão circulando na cidade Bairros com mais casos da doença Série histórica de confirmações de dengue O que diz a prefeitura Novos sorotipos circulando na cidade Na semana passada, a prefeitura confirmou a reintrodução em Campinas dos sorotipos 2 e 3 da dengue. O tipo 2 não circulava desde 2021 e o 3 desde 2009. A chegada das novas variantes da doença deixa autoridades em alerta. Entenda por que em quatro pontos: Quatro sorotipos da dengue circulam no Brasil: 1, 2, 3 e 4; A pessoa diagnosticada com a dengue só cria anticorpos (defesa) do sorotipo específico que contraiu, portanto, pode pegar dengue novamente se for um sorotipo diferente; Como o sorotipo 3 não é detectado em Campinas há 15 anos, uma parte grande da população não tem anticorpos para esse tipo da doença, principalmente crianças e adolescentes. Por isso, há o maior risco de infecção nos moradores em caso de contato com o mosquito transmissor. Nos últimos anos, o sorotipo 1 predominou em Campinas, por isso, a chegada dos sorotipos 2 e 3 na cidade pode gerar quadro mais graves. Isso porque a reinfecção de dengue por um sorotipo diferente é fator de risco para a dengue grave, conhecida como dengue hemorrágica. "A segunda infecção por qualquer sorotipo do dengue é predominantemente mais grave que a primeira, independentemente dos sorotipos e de sua seqüência", explicou o Ministério da Saúde (MS) em nota técnica. Campinas faz mutirões de dengue Rogério Capela Bairros com mais casos Segundo o painel da Prefeitura de Campinas, o número de casos na região de Sousas cresceu 82% em oito dias e o São Bernardo passou a figurar entre os bairros com mais casos. Veja lista dos 10 locais com mais confirmações da doença: Jardim Eulina: 278 casos Sousas: 122 casos Centro: 100 casos Vila 31 de março: 91 casos São Bernardo: 90 casos Taquaral: 88 casos DIC III: 83 casos Mansões Santo Antônio: 82 casos Jardim Ipê: 80 casos Aurélia: 78 casos Série histórica de dengue em Campinas Segundo a Secretaria de Saúde de Campinas, o ano com o maior número de casos de dengue em Campinas foi 2015, quando houve uma epidemia histórica da doença. Veja números: 2015: 65.754 casos 2014: 42.405 casos 2019: 26.341 casos 2023: 11.476 casos 2007: 11.442 casos 2022: 11.277 casos 2013: 7.030 casos 2020: 3.949 casos 2016: 3.280 casos 2011: 3.178 casos 2024 (até 11/02): 2.857 casos ⬅ 2010: 2.647 casos 2021: 2.357 casos 2002: 1.464 casos 1998: 1.397 casos 2012: 1.011 casos 2006: 742 casos 2001: 728 casos 2003: 423 casos 2018: 318 casos 2008: 306 casos 2009: 300 casos 2017: 170 casos 2005: 119 casos 1999: 117 casos 2000: 81 casos 2004: 30 casos O que diz a Prefeitura A Secretaria de Saúde de Campinas informa que desde dezembro de 2023 já colocou em prática uma série de medidas consideradas adicionais, sobre o plano regular de prevenção e combate à dengue, que inclusive começaram a ser copiadas por outros municípios brasileiros diante do contexto do aumento de casos da doença. Neste ano, agentes de Saúde já visitaram 18,4 mil imóveis em quatro mutirões e ações de visitas às residências que antecederam estes trabalhos específicos para orientar a população e eliminar criadouros do Aedes aegypti, vetor da doença. Além disso, somente no sábado, 3 de fevereiro, um mutirão da Secretaria de Serviços Públicos recolheu 1,4 mil toneladas de lixo e entulho descartados irregularmente em áreas públicas de Campinas. O prefeito, Dário Saadi, anunciou um pacote de ações no fim de 2023 diante da preocupação com a explosão de casos com a possível reintrodução dos vírus tipos 3 e 4, não registrados localmente desde 2009 e 2014, respectivamente, mas que já causaram infecções em outros municípios. Já o sorotipo 2 não é verificado na cidade desde 2021. O plano inclui uma Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e um novo site para divulgar informações. Os mutirões quinzenais começaram em 6 de janeiro, nas regiões com mais casos suspeitos e confirmados, e a programação com esta frequência está mantida pelo menos até o fim de março. As ações são multisetoriais e, com objetivo de aprimorar os resultados, a Administração passou a usar drones para tentar identificar grandes criadouros do Aedes aegypti, como piscinas e caixas d’água em imóveis fechados ou abandonados. Além disso, se necessário, a ação pode contar com trabalhos de chaveiros e a operação está respaldada em decisão judicial de 2020, proferida nos autos do processo judicial n.º 1005810-97.2014.8.26.0114, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas. Outra iniciativa é a divulgação semanal do boletim de alerta para regiões com maior potencial de transmissão da doença, com propósito de mobilizar os moradores para eliminação de focos do mosquito. Estatísticas do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) mostram que 80% dos criadouros estão nas residências. Desde 2015 a Prefeitura conta com um comitê de prevenção e controle de arboviroses, que em 2023 passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses. Ele reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos; Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa. No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais e apoio para as ações da Secretaria de Saúde. Mais informações estão no site: https://dengue.campinas.sp.gov.br. VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas

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