Combate à dengue: uso de inseticida em nebulização noturna aumenta 132% em Campinas

Processo acontece durante à noite, quando a temperatura está mais amena. Prefeitura une estratégia com vistoria diurna em busca de criadouros para conter epidemia da doença. Região de Campinas intensifica nebulização noturna no combate ao Aedes aegypti Uma das estratégias para conter a dengue é a nebulização noturna, medida que consiste em pulverizar inseticida para matar os mosquitos que podem transmitir a doença. Em janeiro, Campinas (SP) comprou e aplicou 113,8 litros de inseticida durante as ações, 132% a mais que no mesmo período do ano passado. ???? Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp Dia e noite, o combate contra a dengue não pode parar. O melhor horário para realizar a nebulização é quanto o Sol está menos intenso, ou seja, no fim do dia ou no amanhecer. Isso porque a temperatura pode interferir na eficácia da nebulização, como explica o coordenador de arboviroses do Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas, Fausto de Almeira Marinho Neto. “Com o calor intenso, a massa de ar quente desloca o inseticida para cima. Ele acaba subindo para a atmosfera e não fazendo a ação, localizada mais ao nível do solo porque o mosquito tem um raio de voo baixo e não muito longo”, diz Marinho Neto. Nesta terça-feira (20), os casos de dengue chegaram a 5,3 mil segundo a Secretaria da Saúde. A nebulização noturna, também chamada de veicular, é uma estratégia mais drástica adotada pela prefeitura para conter a epidemia. “O intuito é atingir uma área maior e fazer um controle desse quantitativo de mosquitos que tem no ambiente”, explica Marinho Neto. Existe ainda outro tipo de nebulização, chamada costal. Ela ocorre quando as equipes realizam o procedimento nas casas durante o dia. Mas, diante da alta de casos, a administração municipal optou por unir duas estratégias: vistoriar as residências em busca de criadouros durante o dia e pulverizar o inseticida para matar os mosquitos à noite. Equipes da saúde pulverizam inseticida durante nebulização em Campinas (SP) Reprodução/EPTV Como funciona? As equipes ajustam a dose do inseticida e colocam o produto em uma máquina que, por sua vez, é posta na caçamba de uma caminhonete. O veículo percorre diversos bairros da metrópole pulverizando o produto químico para matar os mosquitos adultos, possivelmente infectados com o vírus da dengue. Durante a nebulização, a equipe também monitora o vento, que não pode estar acima dos 15 km/h. A ação não pode ser feita em dias chuvosos. Caso as condições climáticas não sejam favoráveis, é necessário interromper o trabalho. No DIC VI, uma das áreas mais críticas de Campinas, foram cerca de 80 quarteirões percorridos. O veículo passa duas vezes em cada rua e os moradores relatam que há vários focos de dengue. "Tem muito lixo, muita coisa jogada. A gente vê latinha no chão, garrafa. Está bem complicado. Eu peguei dengue há um tempo atrás, é uma sensação horrível", diz a recepcionista Dayane Monarin. Para fazer efeito, a pulverização precisa ser feita três vezes. As equipes avisam os moradores antes do início da aplicação, já que a população também pode ajudar mantendo as janelas, portas e cortinas abertas. “Deixa a fumaça. Que venha”, diz a aposentada Maria Pereira da Costa. VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas

Mar 8, 2024 - 17:37
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Combate à dengue: uso de inseticida em nebulização noturna aumenta 132% em Campinas

Processo acontece durante à noite, quando a temperatura está mais amena. Prefeitura une estratégia com vistoria diurna em busca de criadouros para conter epidemia da doença. Região de Campinas intensifica nebulização noturna no combate ao Aedes aegypti Uma das estratégias para conter a dengue é a nebulização noturna, medida que consiste em pulverizar inseticida para matar os mosquitos que podem transmitir a doença. Em janeiro, Campinas (SP) comprou e aplicou 113,8 litros de inseticida durante as ações, 132% a mais que no mesmo período do ano passado. ???? Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp Dia e noite, o combate contra a dengue não pode parar. O melhor horário para realizar a nebulização é quanto o Sol está menos intenso, ou seja, no fim do dia ou no amanhecer. Isso porque a temperatura pode interferir na eficácia da nebulização, como explica o coordenador de arboviroses do Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas, Fausto de Almeira Marinho Neto. “Com o calor intenso, a massa de ar quente desloca o inseticida para cima. Ele acaba subindo para a atmosfera e não fazendo a ação, localizada mais ao nível do solo porque o mosquito tem um raio de voo baixo e não muito longo”, diz Marinho Neto. Nesta terça-feira (20), os casos de dengue chegaram a 5,3 mil segundo a Secretaria da Saúde. A nebulização noturna, também chamada de veicular, é uma estratégia mais drástica adotada pela prefeitura para conter a epidemia. “O intuito é atingir uma área maior e fazer um controle desse quantitativo de mosquitos que tem no ambiente”, explica Marinho Neto. Existe ainda outro tipo de nebulização, chamada costal. Ela ocorre quando as equipes realizam o procedimento nas casas durante o dia. Mas, diante da alta de casos, a administração municipal optou por unir duas estratégias: vistoriar as residências em busca de criadouros durante o dia e pulverizar o inseticida para matar os mosquitos à noite. Equipes da saúde pulverizam inseticida durante nebulização em Campinas (SP) Reprodução/EPTV Como funciona? As equipes ajustam a dose do inseticida e colocam o produto em uma máquina que, por sua vez, é posta na caçamba de uma caminhonete. O veículo percorre diversos bairros da metrópole pulverizando o produto químico para matar os mosquitos adultos, possivelmente infectados com o vírus da dengue. Durante a nebulização, a equipe também monitora o vento, que não pode estar acima dos 15 km/h. A ação não pode ser feita em dias chuvosos. Caso as condições climáticas não sejam favoráveis, é necessário interromper o trabalho. No DIC VI, uma das áreas mais críticas de Campinas, foram cerca de 80 quarteirões percorridos. O veículo passa duas vezes em cada rua e os moradores relatam que há vários focos de dengue. "Tem muito lixo, muita coisa jogada. A gente vê latinha no chão, garrafa. Está bem complicado. Eu peguei dengue há um tempo atrás, é uma sensação horrível", diz a recepcionista Dayane Monarin. Para fazer efeito, a pulverização precisa ser feita três vezes. As equipes avisam os moradores antes do início da aplicação, já que a população também pode ajudar mantendo as janelas, portas e cortinas abertas. “Deixa a fumaça. Que venha”, diz a aposentada Maria Pereira da Costa. VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas

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