Clínicas de Campinas temem falta de segunda dose contra dengue após fabricante da vacina priorizar o SUS

Levantamento mostra que ao menos 13 clínicas da cidade têm estoques limitados ou lista de espera para imunização. Sem estoque, clínicas particulares de Campinas têm fila de espera por vacina contra dengue As clínicas particulares de Campinas (SP) estão enfrentando dificuldades com o desabastecimento da QDenga, vacina do laboratório japonês Takeda contra a dengue. O cenário é uma consequência da restrição imposta pela farmacêutica para assegurar a distribuição do imunizante pela rede pública. De acordo com um levantamento realizado pela EPTV, afiliada da TV Globo, os estoques são limitados e há estabelecimentos negando a venda para novos pacientes, pois temem que falte vacina para a aplicação da segunda dose, como relata o pediatra Cesar Sangred. ???? Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp Vacina Qdenga protege contra quatro sorotipos da doença. Imunizante é encontrado em clínicas particulares de Sorocaba (SP) Clinica Vaccinate/Divulgação “A procura espontânea de pessoas que conhecem a clínica é muito grande, só que nós estamos tendo que negar, porque não temos como dar a primeira dose. Não temos e não teria nem a garantia de tomar a segunda. Vamos começar aplicando o esquema vacinal que eu não tenho certeza se vamos terminar três meses depois”. Em um comunicado divulgado na segunda-feira (5), a Takeda informou que está concentrada em atender, de forma prioritária, ao Ministério da Saúde. A empresa diz que a medida é para apoiar o Sistema Único de Saúde (SUS) e promover o acesso da vacina de forma integral e gratuita para a população brasileira. Exatamente por isso, a vacina QDenga nas clínicas particulares será limitado. No entanto, a fabricante garante que contratos firmados anteriormente serão honrados para não prejudicar as pessoas que já tomaram o imunizante. A decisão já tem impactado a rotina das unidades particulares que vendem a QDenga. ???? Dos 13 locais consultados pela EPTV: Seis clínicas têm lista de espera de interessados em se vacinar Quatro clínicas têm estoque baixo Três clínicas estão sem estoque da vacina Ainda segundo Sangred, por causa desse cenário, a clínica se limitará a atender pessoas que tomaram a primeira dose no local. Ele afirma que há relatos de pacientes de outras cidades que foram imunizadas em suas cidades de origem e agora buscam a unidade para a segunda. “Nós vamos ter uma quantidade exata para quem tomou a primeira dose aqui. Questão logística. Ou [a pessoa] tem que tomar a segunda no lugar onde ela mora ou fica sem tomar, o que não é bom. Ela tem que completar, seja onde for. A procura espontânea, não só vinda das consultas que a gente faz”. Qdenga: o que é preciso saber sobre a vacina contra dengue Alta nos casos Mosquitos Aedes aegypti no laboratório Oxitec em Campinas, São Paulo 02/02/2016 REUTERS/Paulo Whitaker Desde 1º de janeiro de 2024 até esta terça-feira (6), Campinas já contabilizou 1.679 casos positivos da doença transmitida pelo Aedes aegypti. Não houve óbitos no período. Em 2023 foram 11.269 infectados e três mortes, o que representa a 6ª maior epidemia na série histórica, iniciada em 1998. Com a última atualização, os dados consolidados fizeram 2023 superar em 100 casos o ano anterior. O recorde é de 2015, quando a cidade registrou 65,6 mil confirmações e e 15 mortes. De acordo com o boletim divulgado pela Prefeitura nesta segunda-feira (5) a cidade tem 20 novos bairros com alto potencial de transmissão. São eles: Centro Jardim Guanabara Jardim Novo Flamboyant Vila Estanislau Conjunto Habitacional Edivaldo Antônio Orsi Jardim Francisca Parque Santa Bárbara Real Parque Jardim do Lago Jardim Fernanda Jardim Irmãos Sigrist Jardim Antônio Von Zuben Jardim Leonor Jardim Sorirarama Núcleo Residencial Paranapanema Vila Santana Cidadade Satélite Íris Eldorado dos Carajás Jardim Adhemar de Barros Jardim Planalto de Viracopos Atenção redobrada em 2024 A previsão de um crescimento expressivo de casos em 2024 levou a prefeitura a adotar uma série de medidas de combate ao mosquito transmissor. A "operação de dengue" - expressão usada pela própria administração municipal, envolve drones e a ajuda do Exército. O Departamento de Vigilância Epidemiológica de Campinas (Devisa) realiza, desde o começo do ano, mutirões para remover possíveis criadouros do mosquito transmissor. O pacote de medidas prevê ainda, em caso de necessidade, entrada forçada em imóveis fechados. ???? A reintrodução dos sorotipos 3 e 4 fez o governo municipal entrar em alerta para uma explosão de casos, com a intenção de não enfrentar o cenário "dramático" de 2015, com 65 mil registros e dez óbitos. O tipo 3 do vírus circulou em Campinas pela última vez em 2009, e o tipo 4 havia sido registrado anteriormente em 2014. Crianças, adolescentes, além de adultos e idosos que não tiveram contato com a doença anteriormente são os mais vulneráveis. Além disso, há risco de dengue grave quando uma pessoa é infectada por tipo diferente ao anterior. As medidas definidas pela Secretaria de Saúde para evita

Mar 8, 2024 - 17:38
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Clínicas de Campinas temem falta de segunda dose contra dengue após fabricante da vacina priorizar o SUS

Levantamento mostra que ao menos 13 Clínicas da cidade têm estoques limitados ou lista de espera para imunização. Sem estoque, Clínicas particulares de Campinas têm fila de espera por vacina contra dengue As Clínicas particulares de Campinas (SP) estão enfrentando dificuldades com o desabastecimento da QDenga, vacina do laboratório japonês Takeda contra a dengue. O cenário é uma consequência da restrição imposta pela farmacêutica para assegurar a distribuição do imunizante pela rede pública. De acordo com um levantamento realizado pela EPTV, afiliada da TV Globo, os estoques são limitados e há estabelecimentos negando a venda para novos pacientes, pois temem que falte vacina para a aplicação da segunda dose, como relata o pediatra Cesar Sangred. ???? Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp Vacina Qdenga protege contra quatro sorotipos da doença. Imunizante é encontrado em Clínicas particulares de Sorocaba (SP) Clinica Vaccinate/Divulgação “A procura espontânea de pessoas que conhecem a clínica é muito grande, só que nós estamos tendo que negar, porque não temos como dar a primeira dose. Não temos e não teria nem a garantia de tomar a segunda. Vamos começar aplicando o esquema vacinal que eu não tenho certeza se vamos terminar três meses depois”. Em um comunicado divulgado na segunda-feira (5), a Takeda informou que está concentrada em atender, de forma prioritária, ao Ministério da Saúde. A empresa diz que a medida é para apoiar o Sistema Único de Saúde (SUS) e promover o acesso da vacina de forma integral e gratuita para a população brasileira. Exatamente por isso, a vacina QDenga nas Clínicas particulares será limitado. No entanto, a fabricante garante que contratos firmados anteriormente serão honrados para não prejudicar as pessoas que já tomaram o imunizante. A decisão já tem impactado a rotina das unidades particulares que vendem a QDenga. ???? Dos 13 locais consultados pela EPTV: Seis Clínicas têm lista de espera de interessados em se vacinar Quatro Clínicas têm estoque baixo Três Clínicas estão sem estoque da vacina Ainda segundo Sangred, por causa desse cenário, a clínica se limitará a atender pessoas que tomaram a primeira dose no local. Ele afirma que há relatos de pacientes de outras cidades que foram imunizadas em suas cidades de origem e agora buscam a unidade para a segunda. “Nós vamos ter uma quantidade exata para quem tomou a primeira dose aqui. Questão logística. Ou [a pessoa] tem que tomar a segunda no lugar onde ela mora ou fica sem tomar, o que não é bom. Ela tem que completar, seja onde for. A procura espontânea, não só vinda das consultas que a gente faz”. Qdenga: o que é preciso saber sobre a vacina contra dengue Alta nos casos Mosquitos Aedes aegypti no laboratório Oxitec em Campinas, São Paulo 02/02/2016 REUTERS/Paulo Whitaker Desde 1º de janeiro de 2024 até esta terça-feira (6), Campinas já contabilizou 1.679 casos positivos da doença transmitida pelo Aedes aegypti. Não houve óbitos no período. Em 2023 foram 11.269 infectados e três mortes, o que representa a 6ª maior epidemia na série histórica, iniciada em 1998. Com a última atualização, os dados consolidados fizeram 2023 superar em 100 casos o ano anterior. O recorde é de 2015, quando a cidade registrou 65,6 mil confirmações e e 15 mortes. De acordo com o boletim divulgado pela Prefeitura nesta segunda-feira (5) a cidade tem 20 novos bairros com alto potencial de transmissão. São eles: Centro Jardim Guanabara Jardim Novo Flamboyant Vila Estanislau Conjunto Habitacional Edivaldo Antônio Orsi Jardim Francisca Parque Santa Bárbara Real Parque Jardim do Lago Jardim Fernanda Jardim Irmãos Sigrist Jardim Antônio Von Zuben Jardim Leonor Jardim Sorirarama Núcleo Residencial Paranapanema Vila Santana Cidadade Satélite Íris Eldorado dos Carajás Jardim Adhemar de Barros Jardim Planalto de Viracopos Atenção redobrada em 2024 A previsão de um crescimento expressivo de casos em 2024 levou a prefeitura a adotar uma série de medidas de combate ao mosquito transmissor. A "operação de dengue" - expressão usada pela própria administração municipal, envolve drones e a ajuda do Exército. O Departamento de Vigilância Epidemiológica de Campinas (Devisa) realiza, desde o começo do ano, mutirões para remover possíveis criadouros do mosquito transmissor. O pacote de medidas prevê ainda, em caso de necessidade, entrada forçada em imóveis fechados. ???? A reintrodução dos sorotipos 3 e 4 fez o governo municipal entrar em alerta para uma explosão de casos, com a intenção de não enfrentar o cenário "dramático" de 2015, com 65 mil registros e dez óbitos. O tipo 3 do vírus circulou em Campinas pela última vez em 2009, e o tipo 4 havia sido registrado anteriormente em 2014. Crianças, adolescentes, além de adultos e idosos que não tiveram contato com a doença anteriormente são os mais vulneráveis. Além disso, há risco de dengue grave quando uma pessoa é infectada por tipo diferente ao anterior. As medidas definidas pela Secretaria de Saúde para evitar o cenário caótico envolvem divulgação de boletins semanais, mutirões a cada 15 dias, com operações "de guerra" e capacitação da rede saúde. Orientações à população ????️ A dengue causa febre alta e repentina, dores no corpo, manchas vermelhas na pele, vômito e diarreia, resultando em desidratação. ???? Ao apresentar estes sintomas, o morador deve procurar uma das unidades de saúde da cidade para atendimento médico, segundo a Secretaria de Saúde. A orientação da Secretaria de Saúde para pacientes com sintomas da dengue é a busca pelos centros de saúde. Os endereços e horários de atendimento estão disponíveis no site da pasta. Veja algumas das medidas de prevenção: Utilize telas de proteção com buracos de, no máximo, 1,5 milímetros nas janelas de casa; Deixe as portas e janelas fechadas, principalmente nos períodos do nascer e do pôr do sol; Mantenha o terreno limpo e livre de materiais ou entulhos que possam ser criadouros; Tampe os tonéis e caixas d’água; Mantenha as calhas limpas; Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo; Mantenha lixeiras bem tampadas; Deixe ralos limpos e com aplicação de tela; Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia; Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais; Limpe todos os acessórios de decoração que ficam fora de casa e evite o acúmulo de água em pneus e calhas; Coloque repelentes elétricos próximos às janelas (o uso é contraindicado para pessoas alérgicas); Velas ou difusores de essência de citronela também podem ser usados; Evite produtos de higiene com perfume porque podem atrair insetos; Retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa. VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas

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